terça-feira, 1 de novembro de 2011

Mata Atlantica Pulmão do Mundo






"O Atlas da Mata Atlântica... Ele nasceu do nosso sentido de urgência. Havia um questionamento na época: o que é a Mata Atlântica? Onde começa? Onde termina? Resolvemos então criar um retrato de corpo inteiro dela, dizer como estava a sua situação. Então foi um enorme impacto, quando percebemos claramente: "Ah, tem 8,8% da floresta só!"
Clayton Ferreira Lino
Um dos idealizadores do Atlas da Mata Atlântica, conselheiro da Fundação e presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica

Linha do Tempo

1988 - Primeiro Seminário Mata Atlântica e Sensoriamento Remoto
1989 - SOS Mata Atlântica fecha acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis para elaborar o primeiro Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica em escala 1:1.000.000
1990 - Publicação do primeiro Atlas dos Remanescentes Florestais e ecossistemas associados da Mata Atlântica , que determina distribuição espacial da cobertura vegetal do bioma
1991 - SOS Mata Atlântica e INPE dão início ao monitoramento da Mata Atlântica para períodos de 5 anos, em escala 1:250.000
1992 - Lançamento dos primeiros dados sobre o ritmo de desmatamento da Mata Atlântica para o período de 1985-1990
1998 - Com participação do Instituto Socioambiental (ISA), SOS Mata Atlântica e INPE lançam a segunda edição do Atlas da Evolução dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, para o período 1990-1995
2002 - Lançamento dos dados de 1995-2000 do Atlas da Evolução dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, em escala 1:50.000
2005 - Criação do projeto De Olho na Mata, avaliando trechos prioritários para a conservação; início da atualização dos dados comparando o ritmo do desmatamento para 2000-2005
2006 – Lançamento da quarta edição do "Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica" relativo ao período de 2000-2005, mantendo a escala 1:50.000.
2008 – Divulgação de números atualizados a partir de análises da 4ª edição do Atlas, incluindo os Estados de Bahia, Minas Gerais, Alagoas, Pernambuco e Sergipe, que somados ao mapeamento da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará pela ONG Sociedade Nordestina de Ecologia, totalizaram 16 dos 17 Estados onde o Bioma ocorre, ou 98% de Mata Atlântica.
2009 – Lançamento da 5ª edição do Atlas relativa ao período de 2005-2008 em 10 estados, representando 93% da Mata Atlântica. Essa edição manteve a escala 1:50.000 e passou a tomar como base os limites do Bioma Mata Atlântica definidos pelo IBGE no Mapa da Área da Aplicação da Lei nº 11.428 de 2006 (Lei da Mata Atlântica), publicado em 2008.
2010 - Divulgação de novos dados parciais do "Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica" para o período de 2008-2010.

Fruto de um convênio pioneiro entre a SOS Mata Atlântica e o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica é hoje a principal ferramenta de conhecimento da Mata Atlântica pela sociedade. Trata-se do mapeamento e monitoramento da Mata Atlântica e seus ecossistemas associados em 16 dos 17 Eestados abrangidos pelo bioma.

Desde sua primeira edição, em 1990, o Atlas colocou-se como o principal documento para definição de áreas críticas e determinação da distribuição espacial dos remanescentes florestais e ecossistemas associados da Mata Atlântica, como a vegetação de mangue e restinga. As informações sobre a dinâmica das alterações na vegetação nativa da área abrangida pelo estudo são permanentemente atualizadas, fornecendo assim uma série de subsídios para o monitoramento, controle, definição de novas Unidades de Conservação e formulação de políticas públicas. I inicialmente o estudo permitiu análises comparativas para períodos de cinco anos, entre 1985-1990, 1990-1995, 1995-2000 e 2000-2005; e agora os dados comparativos são publicados em um período menor de tempo: as últimas análises divulgadas abrangeram o período de 2005 a 2008 e de 2008 a 2010.

As tecnologias de monitoramento incluem sensoriamento remoto, geoprocessamento e imagens de satélite que identificam remanescentes com formações de até dez hectares.

Em todas as etapas, o Atlas conta com a participação, contribuição e apoio de diversas instituições, órgãos governamentais, entidades ambientalistas, universidades, institutos de pesquisa e empresas. O envolvimento de especialistas, cientistas, ambientalistas, técnicos e gestores ambientais e pesquisadores associados também tem sido fundamental para o aprimoramento e continuidade do estudo.

O Atlas tem o patrocínio do Bradesco Cartões e execução técnica pela Arcplan.

Resultados

Os resultados do Atlas vêm apontando a forte pressão e intervenção antrópica sobre a vegetação, o processo contemporâneo de desmatamento sem controle e a fragmentação florestal, somados a um baixo índice de áreas em processo de regeneração. Tais resultados comprometem a biodiversidade e comprovam a fragilidade e o elevado grau de ameaça desse bioma.

Mas o Atlas não faz só a sinalização das perdas, enfoca também áreas que vêm se recuperando e, neste caso, têm importante papel as florestas em estágio inicial e médio de regeneração como determina a legislação específica em vigor. Por fim, o estudo indica os trechos mais preservados e a situação do entorno das áreas com elevada taxa de biodiversidade, contribuindo para o planejamento e a proteção desse patrimônio brasileiro. Desde 2004, a SOS Mata Atlântica realiza um trabalho qualitativo através do diagnóstico e do monitoramento de áreas prioritárias para a conservação. Esse esforço compreende novos subsídios para políticas de conservação, implantação de leis e envolvimento da sociedade civil.

Os trabalhos envolvem ainda outros esforços em defesa da Mata Atlântica, especialmente foco nos programas para políticas de conservação. Um exemplo de avanço associado ao Atlas foi o projeto "De olho na Mata", iniciado em 2005. A área piloto foi o litoral norte de São Paulo e sul-fluminense, de forma a mapear a dinâmica do uso da terra e analisar o impacto que a urbanização descontrolada causa no ambiente e na qualidade de vida da população. Este projeto conta com o patrocínio da empresa Klabin.Para conferir mais informações, relatórios e mapas, acesse o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica.

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